Quando o Intestino
1
Quando o intestino
arma em Tenor
e canta fino,
não há fedor…
Se o som é forte e é baritonal
e mal que rompa, de repente estaque,
temos o que na fúria intestinal
se chama: Traque
Espalha um cheirozito, uma pitada
que o beque surpreendeu mas não reteve:
quase nada…
coisa leve…
2
Se a tripa inteira corneteia e rufa
num concertante
de ópera bufa,
já não é simples sainete
nem a sonância, nem o mais que expele:
é um cheirete
de alto lá com ele!...
Se o som, porém, é como o ai duma donzela
que tem penas de amor e que não as conta aos pais,
se põe na roupa a viva cor duma aguarela
e suja o rabo,
então cheira muito mais,
oh, muitíssimo mais, ó alma do diabo!
Augusto Gil (1873-1924)
Quando o intestino
arma em Tenor
e canta fino,
não há fedor…
Se o som é forte e é baritonal
e mal que rompa, de repente estaque,
temos o que na fúria intestinal
se chama: Traque
Espalha um cheirozito, uma pitada
que o beque surpreendeu mas não reteve:
quase nada…
coisa leve…
2
Se a tripa inteira corneteia e rufa
num concertante
de ópera bufa,
já não é simples sainete
nem a sonância, nem o mais que expele:
é um cheirete
de alto lá com ele!...
Se o som, porém, é como o ai duma donzela
que tem penas de amor e que não as conta aos pais,
se põe na roupa a viva cor duma aguarela
e suja o rabo,
então cheira muito mais,
oh, muitíssimo mais, ó alma do diabo!
Augusto Gil (1873-1924)
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