segunda-feira, janeiro 31, 2005
Freitas do Amaral escreveu na Revista Visão que ia votar no PS. Excitadas, as televisões, correram a dar a notícia, como se fosse uma grande novidade. Não faltaram os comentários de vários teóricos que afirmam (outra grande novidade) que Freitas pode estar a preparar-se para uma eventual candidatura a Belém.
Li a crónica. Freitas compara quase todos os pontos dos programas do PSD e do PS. Mas não falou em Educação (a não ser no Ensino Superior) nem em cultura. Terá pensado que nestes pontos, o programa do PSD era melhor? Não me parece. Simplesmente, esqueceu-se. Ou então, omitiu o que não considerou relevante.
sábado, janeiro 29, 2005
O senhor não tem o direito de...
Ainda sobre o comentário de Louçã, muitas reacções foram que "toda a gente tem o direito de falar de vida". O Direito, sim. A autoridade moral, não. Terá um assassino autoridade moral para falar de vida?
Terá Portas autoridade moral para falar em diminuição da despesa pública, depois das despesas desnecessárias do seu ministério? Terá Portas autoridade para falar em competência depois das trapalhadas dos Governos em que esteve, incluindo a dos Ministros do CDS? Terá Portas autoridade para dizer que se preocupa com os pobres quando compactuou com uma política que aumentou o desemprego e as diferenças entre ricos e pobres? Terá Portas autoridade para dizer que defende o direito à vida quando toda a gente sabe que a actual lei do aborto permite que o Jet-Set faça umas "férias" para abortar num país civilizado e obriga muita a gente a abortar clandestinamente, podendo vir a sofrer graves problemas de saúde ou a perder a vida? Terá Portas autoridade para falar de vida quando apoiou a guerra contra o Iraque?
Debate Louçã / Portas
O objectivo de Portas era irritar Louçã e conseguiu-o. Quando lhe saltou a tampa, Louçã afirmou "o senhor não tem o direito de falar de vida" e percebeu que tinha falado demais. Quando tentou justificar-se, disse a primeira coisa que lhe veio à cabeça e é caso para aplicar a máxima popular "saíu pior a emenda que o soneto". Portas não podia falar da vida, porque não tinha filhos.
Louçã fez bem quando, mais tarde, pediu desculpas. Um político devia ter cuidado para não perder a cabeça, embora junto de Paulo Portas, isso seja difícil.
Resposta
Por motivos de força maior, estive algum tempo sem escrever no Blog. Durante esta "ausência", recebi o seguinte comentário: "Então agora não dizes nada da figura triste do Louçã? Ou só te interessa bater no PSD?;too easy that way, não convém. Um bom blogger quando bate, bate em todos. Imagina que o Contra-Informação só batia num partido - já tinha acabado".
Agradeço desde já o comentário ao seu autor e proponho-me responder-lhe o melhor possível.
1. "Imagina que o Contra-Informação só batia num partido - já tinha acabado". Concordo. O mesmo se pode dizer do "Inimigo Público" ou do "Daily Show".
2. "Um bom blogger quando bate, bate em todos." A tua definição de "bom blogger" parece-me redutora, uma vez que até há bons bloggers, que não batem em ninguém. Mas seja qual for a definição de "bom blogger", considero-me fora dela. Não é minha pretensão ser um bom blogger. Criei um blog por mera curiosidade. Há muita gente que nunca critiquei (mesmo no PSD), ou porque achei que não valia a pena, ou porque não me lembrei, ou porque não me apetece,u ou porque não calhou.
3. "Ou só te interessa bater no PSD?;too easy that way, não convém." O PSD é o maior partido do Governo, logo por definição, há mais tentação em "bater" nele do que nos outros. O facto de ser um mau partido também ajuda. "Bater" no PSD talvez seja "too easy", porque assunto não falta - a dificuldade é fazer a selecção. Mas "bater" no PSD não é "bater em mortos", antes pelo contrário. Não me espantaria que o PSD ganhasse as eleições de 20 de Fevereiro, como não me espantou a vitória de Bush a 2 de Novembro. E isso preocupa-me. Santana Lopes continua a ser uma ameaça.
4. "Então agora não dizes nada da figura triste do Louçã?" Louçã teve de facto um comentário infeliz e sobre isso falarei num outro Post.
1. "Imagina que o Contra-Informação só batia num partido - já tinha acabado". Concordo. O mesmo se pode dizer do "Inimigo Público" ou do "Daily Show".
2. "Um bom blogger quando bate, bate em todos." A tua definição de "bom blogger" parece-me redutora, uma vez que até há bons bloggers, que não batem em ninguém. Mas seja qual for a definição de "bom blogger", considero-me fora dela. Não é minha pretensão ser um bom blogger. Criei um blog por mera curiosidade. Há muita gente que nunca critiquei (mesmo no PSD), ou porque achei que não valia a pena, ou porque não me lembrei, ou porque não me apetece,u ou porque não calhou.
3. "Ou só te interessa bater no PSD?;too easy that way, não convém." O PSD é o maior partido do Governo, logo por definição, há mais tentação em "bater" nele do que nos outros. O facto de ser um mau partido também ajuda. "Bater" no PSD talvez seja "too easy", porque assunto não falta - a dificuldade é fazer a selecção. Mas "bater" no PSD não é "bater em mortos", antes pelo contrário. Não me espantaria que o PSD ganhasse as eleições de 20 de Fevereiro, como não me espantou a vitória de Bush a 2 de Novembro. E isso preocupa-me. Santana Lopes continua a ser uma ameaça.
4. "Então agora não dizes nada da figura triste do Louçã?" Louçã teve de facto um comentário infeliz e sobre isso falarei num outro Post.
Deixo-te uma questão. Se há tanta gente que nunca critiquei no meu Blog, por que é que te preocupa tanto a ausência de críticas a Francisco Louçã?
terça-feira, janeiro 18, 2005
Complexo de Culpa
Sinto-me culpado por passar demasiado tempo na Internet. Sinto-me culpado por não escrever mais regularmente no Blog. Sinto-me culpado por perder demasiado tempo com o Blog. Sinto-me culpado quando me dedico muito ao emprego e pouco à escrita. Sinto-me culpado quando me dedico muito à escrita e pouco ao emprego. Sinto-me culpado quando me dedico pouco aos outros. Sinto-me culpado quando não penso em mim. Haverá solução para isto?
sábado, janeiro 15, 2005
Calemo-nos
Admiro Miguel Sousa Tavares e leio regularmente as suas crónica. MST escreve bem, fundamenta as suas opiniões e dá gosto ler, mesmo quando não concordo com ele. Contudo, a crónica de Sexta-feira passada é lamentável. A ideia podia ser exposta em cinco linhas, mas como tinha que encher uma página , divagou, repetiu-se e incluíu umas idiotices que em nada o engrandecem. Segundo ele, se as feministas e o Francisco Loução pararem de falar na despenalização do aborto, o problema resolve-se. Segundo ele, toda a gente sabe isso. É muito simples. O governo recusa-se a despenalizar o aborto? Calemo-nos que o problema resolve-se. A ideia não é um bocadinho básica, Miguel?
quarta-feira, janeiro 12, 2005
As Viagens de Sarnento
Há mais ou menos dois anos, Morais Sarnento, perdão, Sarmento, sugeriu o fim do "Acontece" , porque saía mais caro produzi-lo do que pagar uma volta ao mundo a cada um dos seus espectadores. Com o recente caso das suas viagens, Sarmento podia ter evocado que era espectador do "Acontece" e que ainda não tinha aproveitado a sua volta ao mundo (também ainda não aproveitei a minha). O caso ia provocando a sua demissão (mas afinal, o governo não se tinha já demitido?). Mais uma bronca para o governo de Santana Lopes. O burro do Luís Delgado diz que Sampaio dissolveu a Assembleia, "porque acordou mal-disposto". O argumento é tão básico que ninguém se incomoda a responder-lhe. Excepto os factos.
Os Salários dos Políticos
Toda a gente sabe que os nossos políticos são quase todos incompetentes. Muitos têm sido os teóricos a avançar com propostas para devolver a política aos competentes. A mais vaga é a de Cavaco Silva: "os competentes devem afastar os incompetentes". Está bem. Então e como? A mais risível é "devemos aumentar os salários dos políticos". Aumentar o salário dos políticos não os vai tornar mais competentes. E ainda vai atrair mais incompetentes à cata de um bom salário. A solução seria incentivar os bons e penalizar os maus. Se um ministro só cumpriu as promessas de metade do mandato, devia ser obrigado a devolver a outra metade do salário. Se excedeu as expectativas, receberia um bónus salarial. Por exemplo. E acabar com as viagens em primeira classe e com as reformas milionárias.
sexta-feira, janeiro 07, 2005
Preços
Ir ao hipermercado é uma aventura. Nós, clientes, somos os detectives que têm de descobrir onde estão os preços verdadeiros dos produtos expostos. Se o não fizermos, corremos o risco de levar um produto que pensamos custar quatro euros, mas que afinal custa doze. Acontece a muitos. Os descuidados nem sequer percebem. Os envergonhados percebem, mas pagam, acham que afinal a culpa foi deles, não viram bem. Os lúcidos ou deixam de levar o produto ou obrigam alguém a ir trocá-los. E a fiscalização? Onde está?
quinta-feira, janeiro 06, 2005
Explicações
Terminado o relatório sobre o que "correu mal na Colocação de Professores", aquela aberração a que chamamos Ministra da Educação achou que o documento é confidencial e que não tem de dar explicações a ninguém. Bem pode mandar o Rui Gomes da Silva no lugar dela. Assim vai a Educação no nosso país. Escolhe-se para ministra alguém sem qualquer formação na área. Escolhe-se para explicar as problemas da Educação o ministro mais burro do executivo.
Dinheiro, roupa de gala e ignorância
Woody Allen actuou há poucos diasno Casino Estoril. Uma aparente grande oportunidade de o ver ao vivo, não fosse o preço do bilhete bastante inacessível, diria mesmo criminoso. Mesmo que fosse rico e quisesse gastar mais de 500 euros numa passagem de ano, seria uma questão a pensar. Até porque prefiro o Woody Allen cineasta ao Woody Allen músico. O mais curioso é que havia no público pessoas que nem sabiam quem ele é. À pergunta "sabe que instrumento toca Woody Allen?", houve respostas como "jazz" ou "pífaro". As pessoas interessadas pela cultura não podem ir a eventos destes. Os endinheirados que gostam de ser vistos em eventos importantes, pelos vistos, podem. E não se coibem de exibir o dinheiro, a roupa de gala e a ignorância.
terça-feira, janeiro 04, 2005
Lugares Marcados
Se há coisa que me chateia é viajar de expresso e ter de me sentar no lugar que está marcado no bilhete. Sento-me onde me apetecer, ninguém tem nada com isso. O problema são os passageiros que andam às voltas à procura do lugar marcado, a pedir (educadamente ou não) às pessoas que entretanto se tinham sentado no "seu" lugar para mudar. Cambada de ovelhas. Pagam o bilhete e nem escolhem onde se sentam. E ainda chateiam os outros.