terça-feira, abril 26, 2005

As secas da Sic Comédia

Se calhar o problema é meu, mas não consigo perceber aquela ideia "genial" dos tipos da Sic Comédia: nos feriados, o mesmo programa o dia inteiro. Ou deve ser para chatear ou então pensam que, assim como assim, o pessoal vai para fora (fim-de-semana prolongado) e não quer saber disso para nada.
Como espectador de algumas séries da Sic Comédia, sinto-me ultrajado. Como fã do Seinfled, sinto-me defraudado. Então, fazem um alarido que agora têm o Seinfeld cinco dias por semana e não-sei-quê e depois espetam-nos com um dia inteiro de Conan O' Brian? Haja decoro.

quarta-feira, abril 20, 2005

O Truca-Truca

Já que o Aborto voltou a ser discutido na Assembleia (e ainda bem), vale a pena recordar o poema que Natália Correia criou para responder à frase do deputado João Morgado (CDS) "o acto sexual é para fazer filhos".
Já que o coito, diz Morgado,
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisca manduca
temos na procriação
prova de que houve truca-truca,
sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -
uma vez.

Da Radical para a Comédia

Só hoje, descobri (pela net) que o "Seinfeld" mudou da Sic Radical para a Sic Comédia. Faz sentido. Mas também fazia sentido que a Sic Radical tivesse avisado os telespectadores da mudança. Só soube dela agora, porque me lembrei de espreitar o site da Sic Comédia. Nem sabem os nomes que lhes chamei, quando tentei ver o "Seinfeld" ontem na Sic Radical e não deu. Seria demais pedir um bocadinho de respeito pelos telespectadores?

Amanhã

Amanhã, quero ler os jornais e não encontrar uma única linha sobre papas, cardeais e fumos brancos. Quero ligar a televisão, fazer um zapping e não ver uma única imagem nem ouvir uma única palavra sobre papas, cardeais e fumos brancos. Quero ligar a rádio e... vocês percebem a ideia. É que já não há paciência. Absolutamente nenhuma.

segunda-feira, abril 18, 2005

A Limitação de Mandatos

A limitação dos mandatos só peca por tardia. O pequeno Marques Mendes, pressionado por Alberto João Jardim, entende que só se deve contabilizar os mandatos a partir de 2005. Ou seja, na prática, a Lei só entraria em vigor daqui a doze anos, o que dá tempo suficiente para a alterar. Na minha opinião, a Lei devia entrar em vigor em 2005, contando todos os mandatos, ou seja, muita canalha (de todos os partidos) que dirige câmaras há décadas, ia para casa.
Alberto João Jardim, com a arrogância que lhe conhecemos, já disse que "é o povo da Madeira que manda até quando é que ele lá fica" (e havia de arranjar outro argumento, caso perdesse as eleições). Com gente dessa, é fácil lidar. Bastava dar a Independência à Madeira. Nada de virem cá buscar dinheiro seja para o que for. Deixar o Alberto João orgulhosamente só. E ele que se desenrascasse.

quarta-feira, abril 13, 2005

Talvez Camões

O título levou-me a imaginar um espectáculo académico e paternalista, provavelmente um recitalzinho da poesia camoniana. Mas não. Esta peça do Chapitô é um espectáculo sobre a impossibilidade de contar a vida de Camões. Joga com as incertezas e as imprecisões da sua biografia, e forma cómica e criativa. Usa influências directas do Teatro Épico: os actores trocam de personagem à vista de todos, narram partes da história para o público, põe as convenções teatrais e a técnica à vista de todos, sem que estas deixem de funcionar. Diverte o público. Diverte os actores. Informa sem cair em didactismos. É inteligente. Recomenda-se.

sábado, abril 09, 2005

O meu advogado

Dizer "vou falar com o meu advogado" é a versão pseudo-adulta de "vou dizer ao meu pai". Com esta expressão, começa-se um diálogo completamente infantil. "O meu advogado é melhor que o seu", "o meu nunca perdeu um caso", "mas com o meu, vai perder", "o seu é que vai perder", "o meu vai ganhar", "eu é que tenho razão", "eu é que tenho". A única diferença entre "adultos" que falam de advogados e putos que falam dos pais, é que estes "adultos" podem nem ter advogados. Os putos sabem que os pais nunca os levariam a sério, se a coisa fosse mais para a frente. Os "adultos" até pensam que os advogados os levariam a sério, mas na verdade, estão é interessados em levar-lhes uns "trocos".

sábado, abril 02, 2005

Estória verdadeira

Há anos que um amigo meu quer publicar um livro. Há anos que se queixa de não ter cunhas, de não ser conhecido, da concorrorrência, da fraca qualidade de alguns livros que são publicados, etc., etc.
Há duas semanas, o meu amigo conheceu um editor, pessoalmente. Após alguns minutos de conversa, o editor manifestou interesse em ler o livro do meu amigo, sem compromisso. E foi só nesse momento que o meu amigo percebeu que para publicar um livro, ainda lhe falta o primeiro passo: escrevê-lo.