segunda-feira, dezembro 27, 2004

Cartas da Maya?

Luís Delgado é sobejamente conhecido como um cromo que defende Santana e que às vezes o ataca só para não dizerem que o defende sempre. Claro que o "ataque" é feito só para ferir de raspão e não deixar cicatriz. As suas crónicas são quase sempre medíocres, mas acho que nenhuma supera a de hoje . Então não é que o homem decidiu falar de Santana e de Sócrates, baseando-se nas cartas da Maya? Ora aí está uma fonte credível.

Contos de Natal

Haverá maior cliché do que aproveitar a quadra natalícia para escrever ou publicar um "conto de Natal"? A literatura obedece a datas? Qualquer badamerdas se lembra do tema Natal, só porque a Igreja decidiu há uns séculos que Dezembro era o mês de Natal. Mas adiante.
Quero falar de um conto publicado a semana passada no Jornal de Leiria (um jornal de Leiria, como o nome indica). Uma rena do Pai Natal (genial, um conto de Natal com o Pai Natal!) está tão constipada que se engana no trajecto e vai parar a um laranjal. Come folhas de laranjeira e cura-se milagrosamente. Então, leva laranjas como prenda para todos os meninos. E acabam-se as constipações. E ficam todos felizes, com as laranjas. Moral da história: não há como uma laranja para nos dar alegria e amor. Das duas uma: ou o autor vende laranjas no mercado ou quis impor-nos uma mensagem política subliminar. Se for o último caso, faltou falar no Astral.
O outro conto de que quero falar foi publicado hoje no Diário de Notícias, escrito pelo grande cronista e professor universitário João César das Neves. Quatro estudantes numa conversa chata sobre a Fé, Deus e o Inferno. Quem tem os melhores argumentos é a Maria (terá sido o nome escolhido ao acaso?) que é muito católica. Os outros têm todos argumentos básicos que servem apenas para que Maria possa brilhar e dizer o que vai na cabeça de João César das Neves. Caro João César, achas que os ateus são assim tão cromos que se deixem vencer por argumentações tão básicas como as da Maria (ou as tuas, que vai tudo dar ao mesmo)? Vai ler Pascal e talvez da próxima vez o consigas plagiar melhor.

Santana vs Guterres

Por que é que Santana enaltece tanto a figura de Sá Carneiro, se a sua inspiração vem de António Guterres? Vejamos exemplos:
- Ambos começam os discursos por "portuguesas e portugueses" (actualmente, mais Santana que Guterres) ;
- Ambos usam música do Vangelis nas Campanhas Eleitorais;
- Ambos governaram para a Comunicação Social;
- Ambos são oposição ao PSD;
- Ambos foram criticados por Cavaco Silva, Marcelo Rebelo de Sousa, Pacheco Pereira, Marcos Mendes, etc.
- Ambos fizeram acordos com o PP;
- Ambos são contra o aborto;
- Ambos gostariam de chegar à presidência da República;
A lista é interminável. Claro que também há diferenças. Um foi-se embora por seu próprio pé, o outro ainda não percebeu que isso era o melhor que tinha a fazer. Um teve um estado de graça, o outro nem por isso. Santana tem mais sucesso com as mulheres, embora tenha Alexandre como referência.

Financial Times

Das comunicações que Bagão Félix tem feito ao país, o que tem ficado é o seguinte: Félix lê o Financial Times (nesse aspecto é melhor que Cavaco, que não lia jornais), tem más soluções para cumprir o défice, justifica as suas más opções com o facto de outros países terem algumas piores e a sua imagem de competência caiu por terra.

Alianças

Quando contei a um amigo que o PSD se tinha unido a dois partidos anedóticos, ele pensou logo na Nova Democracia e no MRPP. Mas Santana consegue ser mais ridículo do que o que podámos prever. O meu amigo pensou que estava a gozar com ele quando falei no PPM e no MPT. Mas não estava. Simplesmente, por mais ridículo que seja o cenário previsto, Santana consegue sempre superá-lo.

quarta-feira, dezembro 22, 2004

Blogspot

Desde que ando a fazer experiências neste blog que tenho constatado que o Blogspot não é grande coisa. Algum dos eventuais leitores me pode aconselhar (via comentário) um blogger melhor? Ou então, alguém me sabe explicar como coloco um contador de visitantes no Blog?

terça-feira, dezembro 21, 2004

Tempo de Antena

O PSD fez um grande alarido acerca do Tempo de Antena que ia transmitir hoje às 19:45. Jerónimo de Sousa ia gostar, Louçã não ia perceber, Sócrates iria querer ver sozinho. Perante tal alarido, o mínimo que se podia (ingenuamente) esperar era um filme inteligente. O resultado foi um filme em que se via claramente a forma de manipulação, uma estorieta contada sob o ponto de vista de Santana Lopes, em que se escondia os pormenores que não interessavam. O ponto alto foi Santana a dizer que queria dar amor ao país (não lhe bastava o alto astral). O filme mostra ainda que por mais defeitos que o PSD possa ter, nenhum é tão mau quanto o seu gosto musical.

segunda-feira, dezembro 20, 2004

Musiquinhas

Devia haver uma Lei que probisse a música em lugares públicos. Especialmente no Natal. Um gajo vai às compras, já não chega ter de apanhar com uma data de gente na fila, ainda tem que levar com a Mariah Carey ou com o George Michael. O Natal devia ser uma época de amor e de respeito pelos outros.

sábado, dezembro 18, 2004

Macdonald's

Olho por acaso para dentro do Macdonald's, está cheio de gente sem nada melhor para fazer a um Sábado (e eu que tenho de ir trabalhar!). Os filhos querem "junk food", os pais compram-na. Um pequeno conselho: a próxima que o vosso filho vos moer a cabeça para irem comer ao macdonald's, dêem-lhe dois pares de bofetadas. É mais educativo, mais saudável e pelo menos sabe a alguma coisa.

Alguém me pode explicar?

A famosa pergunta sobre o Referendo da Constituição Europeia foi criticada por toda a gente, incluindo os seus inventores que se apressaram a culpar a "malfadada" Constituição por não permitir que se faça uma pergunta mais directa. Curiosamente, o Tribunal Constitucional chumbou a pergunta por não respeitar os requisitos de clareza. Alguém me pode explicar isto?

terça-feira, dezembro 14, 2004

Já?

Não me lembro onde li que "felizmente já está a decorrer o Julgamento no Processo Casa Pia". Sou só eu que não gosto ou a palavra "já" não fica bem ali? Serei o único a achar que a Justiça devia ser mais rápida e que tal julgamento JÁ devia ter ocorrido há muito tempo?

sábado, dezembro 11, 2004

Privatizar

Ao que parece, o Governo quer transformar os Jardins de Infância do Estado em IPSS. Além disso, dá regalias ao Ensino Privado que passam por deixá-los pagar a menos ao pessoal docente (e talvez ao auxiliar), subsidia-os, deixa-os ter turmas maiores do que é permitido por Lei. Tudo isso, porque sai mais barato. O Estado tem o dever de tratar da Educação do seu povo. Mas o que tem feito vai no sentido de deixar isso para os privados, sem qualquer controlo. Mais uma vez, demite-se das suas obrigações.

quinta-feira, dezembro 09, 2004

É difícil

Quando Marcelo foi despedido da TVI, Guilherme Silva achou por bem esperar que a Alta Autoridade para a Comunicação Social chegasse a conclusões. Como estas não foram favoráveis ao governo, o mesmo Deputado passou a achar que tal entidade não é credível e devia mesmo ser extinta. Agora, anunciada a dissolução da Assembleia, e já não tendo nada a perder, o PSD ataca Sampaio. Falam mesmo em limitar constituicionalmente os poderes de um presidente. O que interessa a essa gentalha é apenas o poder pelo poder. Sem responsabilidades. Sem responderem perante ninguém. É por estas e por outras que é tão difícil falar de políticos sem utilizar a expressão "Filhos da Puta".

terça-feira, dezembro 07, 2004

Plágio

Santana diz que Sampaio garantiu três vezes que não ia dissolver a Assembleia. Há duas razões principais para não acreditar nisso. A primeira é que foi Santana que o disse. A segunda é que Santana plagiou esta história da Bíblia. Faz lembrar aquela de Pedro que negou Cristo três vezes. Então, Santana, a criatividade já não dá mais?

segunda-feira, dezembro 06, 2004

Pacto de Silêncio

É incrível como através do silêncio, há tanta a gente a pactuar com situações injustas. Experimentem, por exemplo, ir ao Centro de Emprego ver as ofertas de trabalho e encontrarão certamente situações de vergonhosa exploração através de salários incompatíveis com as capacidades dos trabalhadores e muito abaixo daquilo que dita a lei. Experimentem ainda desabafar que a situação é injusta e ouvirão "a culpa não é nossa, eles é que enviaram a proposta". Pois é, mas uma entidade subsidiada pelo Estado não devia pactuar com foras-da-lei. Devia alertá-los ou denunciá-los. Mas denunciar situações de abuso está fora de moda e parece mal! Ou será que o Estado não tem interesse em que as leis sejam cumpridas?

sábado, dezembro 04, 2004

Twin Peaks

A edição de hoje do Correio da TV dedica uma página de trivialidades sobre a série "Twin Peaks". Não há ali nada de novo para os fãs da série nem nada que possa atrair os que o não são. Parece um artigo feito a partir de cópias da Internet. Mas o pior de tudo é quando diz que "a série está actualmente em exibição na Sic Radical". Caros colaboradores da revista, o último episódio da série foi transmitido na semana passada. Um pouco mais de rigor não custava nada, pois não?

sexta-feira, dezembro 03, 2004

Traduções

Já leram Frederico Nietzsche? E Leão Tolstoi? E já repararam na mania que certos tradutores têm em "aportuguesar" os nomes próprios? Já agora, podiam "aportuguesar" tudo e passaríamos a ler "O Anticristo" de Frederico Neves, "As Ondas" de Virgínia Lobo, "Romeu e Julieta" de Guilherme Silva, "O Retrato de Dora Cinzenta" de Óscar Selvagem, e "Os Três Mosqueteiros" de Alexandre Dunas.

quinta-feira, dezembro 02, 2004

"Norte"

Aproveitei o feriado para ir à FNAC espreitar as novidades e ouvir o novo Cd de Jorge Palma. "Norte" confirma que o talento de Jorge Palma não se esgotou. Palma continua a falar-nos de coisas simples sem ser simplista, a falar de sentimentos sem ser lamechas, a fazer-nos pensar sem ser moralista. Continua a criar músicas e letras inspiradas e inteligentes. Definitivamente, "Norte" vale a pena ouvir.

A Vítima

Jorge Sampaio fez o que tinha a fazer - dissolveu a Assembleia. Santana jogou no seu discurso com as armas do costume: o politicamente correcto (respeita o presidente, embora não concorde com a dissolução) e o mais que previsível armar-se em vítima ("Nós é que queríamos a instabilidade"). Truques velhos em que possivelmente muitos incautos cairão.