O Balanço das Presidenciais

Em Democracia, aceita-se a escolha dos eleitores, quer se concorde ou não. Não quero com isto dar os parabéns ao Prof. Cavaco Silva, porque não está no meu feitio dar os parabéns a marionetas. Dou os parabéns antes aos que o apoiaram e que o irão manipular no futuro. O que me chateia acima de tudo, não é que Cavaco tenha ganho, mas sim que a notícia seja conhecida no estrangeiro. Sermos um povo suficientemente parolo para o eleger, ainda vá que não vá. Agora que todo o mundo saiba é, no mínimo, chato.

Prazos (2)

Já desabafei aqui sobre a minha dificuldade em cumprir prazos. Desta vez, venho desabafar sobre a falta de "cultura de prazos" da sociedade portuguesa. Ou é porque na escola, os professores acabavam por dar mais uns dias para entregar o trabalho ou porque nalgumas empresas se tem esse hábito, o facto é que poucas pessoas parecem preocupadas em cumprir prazos.

Há algum tempo, uma instituição prestigiada anunciou um concurso literário cujo prazo findava no dia 15 de Janeiro. Com bastante esforço, consegui terminar o texto, depurá-lo, imprimi-lo a qualidade laser, fotocopiá-lo, encaderná-lo e entregar as seis cópias exigidas antes do dia 13 (que era o verdadeiro prazo, visto o dia 15 ser a um Domingo). Depois disso, já tive algumas ideias que podiam francamente melhorar o texto. Mas o prazo já findou e não há nada a fazer.

É com bastante surpresa e com alguma indignação que constato hoje que o prazo de entrega dos textos foi alargado até dia 30. Já agora, por que não o alargam até Dezembro?

A Chicken

Cavaco Silva disse recentemente numa entrevista que "as pessoas esperam demasiado do Presidente". Por que será? Não será por Cavaco ter deixado que os seus apoiantes o apresentassem como o grande salvador? Não será por ele se ter apresentado dessa maneira? Parece que o candidato está com medo de frustar as expectativas (o que acontecerá certamente, se ganhar). Parece que agora, até tem medo de ganhar. Cavaco é, como diriam os americanos, "a chicken".

Cultura ou Censura?

A Ministra da Cultura é uma das grandes desilusões do governo. Não conseguiu explicar a demissão de António Lagarto, que ocorre num momento em que o Teatro Nacional apresenta peças de grande qualidade. Quer impôr um modelo de autores nacionais no mesmo teatro.

O Ministério devia fazer um esforço para renovar e incentivar a dramaturgia portuguesa. Mas não é confundindo Teatro Nacional com Teatro Nacionalista que isso se faz. O Ministério não tem que definir programações, isso é censura. Já que querem ir por esse caminho, por que não aproveitam o "talento" dramatúrgico de Freitas do Amaral e as suas boas relações com o Carlos Fragateiro para criar peças que demonstrem "a coragem do governo" e possam "explicar as suas medidas ao povo"?

Only in America

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